Que não nos falte a esperança
Gualter Baptista Júnior
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (NOVO STIFA);
Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Fumo e Afins (FENTIFUMO);
Quase tudo que tinha que ser dito sobre esta tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul tem sido dito, falado e noticiado. É o assunto principal no Brasil e também fora dele, em todo mundo. Todos acompanham com muita tristeza tudo o que nós estamos vivendo neste momento. Foram perdidas muitas vidas, perdidos bens materiais. Em meio a tantas perdas, muitas pessoas também perdem a esperança, a vontade de continuar.
Mas na direção oposta desta corrente, o que nós precisamos ter em mente é que a vida continua e para isso precisamos reunir todas as forças: sejam elas físicas, psicológicas, religiosas. Temos que propiciar um espaço de motivação e inspiração para as pessoas, a fim de conquistarmos a tão desejada superação. Para deixar apenas na história e nas memórias mais distantes tudo o que está acontecendo neste momento. Isso tudo pode demorar. Falamos de um tempo que ainda não conhecemos, que está muito além do horizonte, mas que é necessário à reconstrução, à recuperação de bens materiais, de bens naturais, da vida. Uma recuperação que inicialmente passa por nossa vontade e capacidade de continuar.
Trabalhador e trabalhadora, que cada um de nós possa, por meio de nossa força de trabalho, com nossas expectativas e vontades de crescer e viver façamos que esta capacidade de recomeçar seja mais presente e muito menos dolorosa. Que as chuvas que se abateram sobre o Estado não tenham o poder de ceifar os sonhos, movidos por esta força que é característica natural de nossa gente. Que ela, a força, persista em nossos dias, para que não tenhamos a fraqueza de nos entregar. Desistir não é uma opção, nem nunca será.
Que possamos aguardar o momento para ação que irá gerara a reação necessária para reconstruir vidas. Motivados pela solidariedade e o auxílio de todo o País, possamos ter as condições de reerguer sonhos e projetos pessoais. Não perca a esperança, trabalhadora e trabalhador! A vida vai continuar; a vida tem que voltar ao normal e a caminhada precisa ser seguida, e com ela grandes lições possam ser aprendidas e ensinadas.
Lições que falam de respeito à natureza, da necessidade da ajuda um com o outro. A fraternidade e a solidariedade com nossos semelhantes, que são ferramentas fundamentais em um processo de recomeço. Que todos os trabalhadores possam recomeçar suas caminhadas amparados na expectativa de que tudo vai voltar a ser como antes. A vida há de continuar e a caminhada vai ser ainda mais forte.
Ânimo e força são agora os ingredientes que ajudam a seguir neste momento cujo desânimo e tristeza ocupam diariamente o nosso cotidiano. A gente não pode perder a expectativa de uma nova jornada, de um novo amanhecer e de um novo recomeço. Afinal viver é sempre iniciar a cada novo dia e para seguir neste ciclo jamais poderemos nos perder da esperança. Força, ânimo e esperança, trabalhador e trabalhadora.